Lobo Mau
- Sobre o Espetáculo
- Lobo Mau é um espetáculo de teatro centrado na exploração das possibilidades de comunicação através de uma linguagem visual geradora de diferentes significados, para o público familiar e para o público em geral.
Espectáculo que cruza teatro, teatro de marionetas, desenho animado e música. Imagens que às vezes flutuam, voam, ficam a pairar, e caem com todo o peso da gravidade, com a força de um carimbo, entre o absurdo e o surreal espelhando o insólito de lupa na mão. Apresentado sem texto, numa dinâmica de comédia visual e uma constante interligação entre o intérprete e o desenho animado em projeção. - Técnicas
- Manipulação direta, máscara, trabalho físico de ator e cinema de animação
- Conteúdo
- O impulso para a criação deste espetáculo surge da vontade de contrariar o pensamento e as linhas comuns na perspetiva social e humana de correto ou incorreto, utilizando o “Lobo Mau”, que no imaginário coletivo tem uma correspondência direta com o sentimento de medo ou, por outro lado, de poder. Iniciamos então a viagem, ao longo do espetáculo, relativizando paulatinamente a ideia comum de lobo mau.
Apesar de estarmos conscientes de que vivemos numa era em que os mecanismos de controlo social estão transformados e adaptados à evolução tecnológica, fruto da grande industrialização, este espetáculo é construído numa procura de jogo entre os vários “papéis” sociais, os arquétipos. O mote para a construção do espetáculo surge no seguimento de uma reflexão um tanto niilista e progressista sobre a essência do ser humano, através de um ponto de vista cómico. Sem a pretensão de querer vitimizar o mais fraco ou culpabilizar o mais forte, propomos, pela trama e pelo dispositivo cénico contemporâneo, uma janela arcaica, mas subtil nas entrelinhas, para a perceção do ser humano, com o devido afastamento a fim de se percecionar a si, ao mundo que o rodeia e responsabilizar-se, nas suas ações, contrariando a tendência natural para a culpabilização do “outro”, desresponsabilizando-se de quaisquer ações por ignorância e obediência àquele que é considerado “superior” . O medo é estrutural na nossa cultura e devemos conviver com ele: temos medo da fome, da morte, da violência e o poder exerce-se quando há em quem o aplicar. Procurámos suscitar uma provocação para o fim das ilusões uma aceitação ou opção conscientemente. Em forma de questionamento, ou até mesmo estranhamento, tentámos quebrar a lógica de uma narrativa linear na exploração dos polos de ambiguidade e simplicidade através da estrutura de uma mecânica lúdica. Através do impulso de educar na diversão e provocar questionamentos desde tenra idade.