Fresquinho
Todos os preparativos para a apresentação do espetáculo Lobo Mau nos vários locais, até ao final do ano, estão a culminar.
No dia 7 de novembro estaremos a realizar a primeira sessão escolar no Espaço Red Cloud Marionetas, em Aveiro. Junto com estas sessões, teremos muita conversa a abrir caminho ao Serviço Educativo, para o entendimento do que é a atividade da Red Cloud Teatro de Marionetas no âmbito do teatro e das marionetas. As sessões estão quase todas preenchidas, mas para já, ainda há algumas disponíveis: 9, 11, 15 e 16 de novembro. A solicitação de marcação escolar deve ser feita através do email redmarionetas@gmail.com
Marcações para as sessões direcionadas ao público em geral nos dias 13 e 20 de novembro, pelas 16h00, deverão ser feitas através deste formulário.
No dia 26, mais a sul em Coimbra o Lobo Mau vai apresentar-se no O Teatrão.
Quem estiver por perto marque na agenda!
Reflexivo
No passado dia 1 de outubro, como referimos em notícias anteriores, terminou o projeto Libert`arte, no qual a Red Cloud Teatro de Marionetas participou como membro colaborador.
A cargo da Red ficou a criação de um espetáculo de Teatro de Marionetas. Neste âmbito, desenvolvemos junto da comunidade reclusa uma série de atividades de criação artística, que tiveram início em 2020, no Estabelecimento Prisional (EP) de Aveiro. Desenvolvemos várias vertentes no espectro do teatro e das marionetas, como a adaptação e reescrita da história de carácter popular “A Rosa e os três namorados”, construção de marionetas de varão, adereços e cenários, sonoplastia e improvisação.
A equipa Red Cloud Teatro de Marionetas, que aqui destacamos o Rui Rodrigues, o Joel e a Sara Henriques, assumiu em todo o processo o papel de ativadora e facilitadora, no sentido em que forneceu conhecimento, meios e a orientação para a concretização do trabalho, tendo sido sempre de extrema importância as opiniões e decisões artísticas dos reclusos.
Através da fruição cultural, da criação, construção, manipulação e exercícios práticos em torno do teatro e das marionetas, os reclusos tiveram a oportunidade de ultrapassar barreiras. Saíram das suas zonas de conforto e principalmente no decorrer das sessões, deixaram para trás o quotidiano.
Desde a fase inicial do projeto contámos com dificuldades inerentes a trabalhar neste contexto, contudo, revelaram-se ainda maiores, dada a pandemia e as características do próprio EP de Aveiro, porque é sobretudo um local de transição, onde os reclusos aguardam o futuro, ou seja, em prisão preventiva. O facto de não existir um espaço de trabalho adequado para o desenvolvimento das propostas artísticas, também se revelou uma dificuldade, apesar da positividade, envolvimento e vontade por parte do corpo operacional e superior do EP de Aveiro. Passaram pelo projeto vários reclusos de forma intermitente, pelo que tivemos sempre como prioridade, garantir que o processo fosse evoluindo artisticamente nesse enquadramento.
A nossa proposta prendeu-se essencialmente, com um fazer artístico a partir de dentro, sem uma organização hierárquica habitual, que permitiu iniciar o percurso através de um tema que, por sua vez, serviu de sustento para o desenvolvimento de “materiais” vindos dos próprios reclusos.
O processo criativo, foi sem dúvida o mais importante, pensar o grupo de acordo com os potenciais de cada interveniente, promovendo contextos de sociabilidade positivos e tendo, obviamente, em conta a vulnerabilidade em questões emocionais e sociais.
Neste contexto, estamos muito orgulhosos por mais uma vez, através da arte dar forma a um trabalho partilhado que consideramos ter tido um impacto bastante positivo na vida dos reclusos. Os trabalhos finais no âmbito do projeto Libert`arte foram apresentados a 1 de outubro, num conjunto de 3 ações das quais houve mais teatro e música desenvolvidos por agentes culturais de Aveiro. A Tuna de Santa Joana foi responsável pela sua implementação e contou com o financiamento da DGArtes.
Infelizmente a apresentação colidiu com uma série de greves dos guardas prisionais e por este motivo, a apresentação deu-se dentro do próprio EP de Aveiro para familiares e convidados, não tendo sido possível sair com os reclusos para uma sala de espetáculos e abrir portas ao público em geral.
Da nossa parte, deixámos a pairar entre o corpo dirigente do EP de Aveiro e responsáveis pela implementação o quão interessante seria o desafio de fazer circular o espetáculo pelos vários estabelecimentos Prisionais… Será que vai acontecer? 😉
Encontra-mo-nos por aqui, por ali ou mesmo numa sala de teatro?
Viva o Teatro!
Red Cloud Teatro de Marionetas